18 de novembro de 2017

Angola sob novo Presidente

Angola. As exonerações e os recados do novo Presidente



João Lourenço tem-se desdobrado em recados e exonerações, uma das quais a de Isabel dos Santos, da Sonangol. Um sinal da "nova independência" ou a substituição "de um bandido por outro"?


Bye bye Isabelinha, viva o novo Presidente de Angola!” O comentário foi feito na conta de Instagram de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos. É apenas um das dezenas que lá foram feitos, na sua última publicação — um screen shot da página de joalharia da leiloeira Christie’s. “Agora é voltar a vender ovos”, aconselha outro angolano, numa referência à história contada pela própria em entrevista ao Financial Times sobre os tempos em que vendeu ovos na infância.
O Instagram da (agora) ex-administradora da petrolífera Sonangol revela bem o ambiente de euforia que se vive em Angola nos últimos dias. O afastamento da filha de José Eduardo Dos Santos foi a gota de água que, para muitos, tornou claro que as promessas de João Lourenço irão mesmo ser cumpridas. Desde que tomou posse, a 26 de setembro, o novo Presidente tem-se desdobrado em decisões para renovar a administração pública. Tem sido um corrupio de exonerações na administração pública, de cancelamento de contratos com empresas privadas e de discursos onde deixa alfinetadas e mensagens. Ainda há menos de uma semana, Lourenço deixava um recado enigmático, dizendo estar ciente “dos obstáculos no caminho”.“É impressionante a alegria das pessoas”, diz ao Observador Carlos Rosado Carvalho, diretor do jornal angolano Expansão a partir de Luanda. “As pessoas sentem-se representadas por João Lourenço, porque ele aparentemente está a cumprir o que prometeu e a mudança começa nos pequenos sinais de combate ao nepotismo.”
Sinais que passam por decisões como a exoneração de Isabel dos Santos, mas também por gestos mais pequenos, como explica ao Observador Vítor Ramalho, dirigente socialista nascido em Angola, secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e amigo pessoal do vice-presidente angolano, Bornito de Sousa. “O aparato de carros que o acompanha pára nos sinais vermelhos. O que nunca acontecia antes, porque o anterior Presidente mandava retirar toda a circulação nos lugares por onde passava…”, diz, destacando ainda outros episódios como a recusa de João Lourenço em ser recebido por organismos do MPLA no Dia da Independência — utilizando a expressão “Presidente de todos os angolanos” — ou a dispensa da força militar que guardava o palácio presidencial.
Os gestos têm sido recebidos com alegria nas ruas, mas também nalguns corredores do poder. Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro de Angola e atual membro crítico do MPLA, revelou estar animado com a decisão de exonerar Isabel dos Santos: “Esta era uma necessidade de caráter imediato, sem a qual João Lourenço não podia ir a lado nenhum. Nem com José Eduardo dos Santos no poder o país podia continuar a depender politicamente de um pai e economicamente de uma filha”, afirmou ao Observador. “É o percurso natural quando toma posse um novo Presidente, mas não deixa de ser admirável porque revela alguma coragem.”

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Um comentário:

MOJANAD disse...

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